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Em defesa da fé evangélica


Há quem fale em defesa da imagem cristã evangélica devido aos estragos provocados nela pelas modernas frentes evangélicas brasileiras (neo-pentecostais), as quais promovem homens inescrupulosos e suas doutrinas que nem de longe lembram a fé da qual a maioria de nós evangélicos tanto nos orgulhamos.

Nossa fé que é simples quando se trata de reivindicar para si alguma coisa, mas extremamente rica na revelação do Deus de amor em Jesus Cristo, e extremamente confiante na graça que nos abre caminho para o Pai e que abre em nós caminho para que o caráter de Cristo nos faça dignos da nossa vocação em Cristo.

Essa fé evangélica tem hoje sua imagem tão embotada, tão radicalmente distorcida, que precisamos de operações táticas especiais para limpar das mentes todo o lixo vendido em todas as formas de mídia. Quão mais difícil se torna dialogar com aqueles que se escandalizam diante das mentiras vendidas como elementos do sagrado, mas que não passam da velha imundície em aparentes novos trapos que também são os mesmos velhos trapos da canalhice e da religiosidade humana.

E sinto que o empenho dos cristãos em sair atrás limpando toda “essa merda esfregada na parede”, nossas paredes, as paredes das instituições evangélicas brasileiras. Esse esforço de sair limpando essa sujeira (esforço basicamente teórico) não deve nos ocupar tanto quanto deveria nos ocupar a preocupação de como nós cristãos evangélicos brasileiros (independentemente das nossas muitas placas) poderemos oferecer para o nosso país e mundo uma expressão digna do que cremos.

Precisamos, quanto a esse assunto, parar um pouco de zelar por nossas imagens pessoais e zelar de forma eficaz pela fé que temos. A imagem dos evangélicos no Brasil não está assim tão feia simplesmente porque uma nova geração de raposas e lobos se apossou de rebanhos e mídia. Se os cristãos protestantes de hoje que se julgam genuínos(os de fé ortodoxa, pentecostais ou não), fôssemos donos de um legado incontestável a deixar, legado a altura da ética cristã, e tivéssemos deixado e estivéssemos deixando na sociedade brasileira marcas do cristianismo poderoso e simples do amor de Jesus, já aí teria ficado clara, desde o início, a separação e apostasia dos atuais devoradores de rebanhos, pregadores de enganos, ficado clara até perante os olhos da sociedade brasileira. Se tivéssemos ensinado ao povo a fé que Jesus nos entregou, se tivéssemos fincado os alicerces do Reino de Deus em cada área da vida humana na nossa sociedade.

Mas nos perdemos em nossas brigas inúteis, nos afastamos do mundo, abandonando-o, pouco o influenciando com os valores do Reino. Não apresentamos soluções enquanto nosso país sofria e ainda sofre cronicamente de todos os males que costumam assolar uma nação corrupta e injusta. 
Deus nos colocou (coloca) no cenário e nós sequer líamos (lemos) o script. Deus nos entregava as oportunidades e nós lamentávamos, maldizíamos ou nos perdíamos enfurnados em nossos templos, réplicas falsas do Reino de Deus, mas que são apenas o nosso falso reino, onde nós costumamos ainda alimentar também toda nossa vaidade evangélica. Nem as nossas boas obras escapam de carregar nos lombos o nome de homens e das placas que lhes fazem referência.

Ainda há também quem ouse resumir ou associar todo o problema do neo-pentecostalismo no fator “povo”, por sua carência de entendimento, pelo seu analfabetismo. Mas desde quando o cristianismo é das elites? Ou dos ricos? Ou dos sábios e instruídos? 
Se a fé que professamos não pode ser alcançada pelo povo, ou alcançar o povo, tem algo de não cristão nela ou em sua profissão. 

Não estou negando o que Deus fez através da igreja evangélica no Brasil [seria loucura pessoal minha], nem estou supondo que não haja exceções e brilhantes exemplos em nosso Brasil de pessoas e de grupos cristãos. Mas falo da postura e ação de nós evangélicos brasileiros como um todo; essa grande massa desunida que somos apesar de crermos essencialmente na ação redentora da mesma cruz.

Haverá um tempo, eu sei, em que “não ouvirão a sã doutrina”, haverá um tempo em que “procurarão mestres para si conforme as suas próprias cobiças”; há sim algo de profético na chegada desse tempo. Mas não acontecerá apenas porque está escrito, creio que haverá um contexto histórico que resultará no cumprimento dessas profecias. E que pena ver que, hoje, boa parte desse contexto seja fruto da ineficácia da nossa ação como corpo de Cristo e da nossa hesitação em viver o evangelho da cruz que faz os outros superiores a mim para que eu os sirva em um amor humilde.

Ou seja, nossa fé precisa sim de uma nova imagem e expressão no Brasil. Não acho que podemos voltar ao passado: a nossa expressão antes da década de 90 não serve mais para hoje. Precisamos da expressão para o hoje. Não é a reformulação da fé para o hoje, mas a expressão da fé ortodoxa dentro da realidade em que vivemos agora.

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